Eu-barquinho

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Já dizia o poeta: "navegar é preciso viver não é preciso".
Sendo assim constato agora a triste ou não realidade: meu barquinho navegando nos mares da vida faz navegação de cabotagem. Dia a dia, porto a porto, parando sempre.
Paro pra descansar, paro pra abastecer, e paro pra tentar descobrir o que fazer.
Nesse vai e vem das ondas, ora estou no topo com aquele "borboletar" no estomago que só as grandes ondas conseguem proporcionar, ora estou na ressaca da vida onde eu barquinho quero somente me refugiar.

Vivendo, nadando ou só observando, ou em busca do mar da saudade, do mar da alegria do meu mar de calmarias, onde possa descer e simplesmente aproveitar o dia ensolarado sem me preocupar em ancorar-me num cais.
Em matizes de azul coloro as nuances da vida. As vezes me pinto de azul escuro, por conta do tom turvo dos contornos que se apresentam, as vezes sou azul turquesa só pra combinar com o sol do dia.
Sou barco pequeno, desses que são ótimos pra duas pessoas mas se necessário carregam três e se o mar não estiver pra peixe, é espaçoso na medida para uma só.
Barco resistente, que em tempos de tecnologia, dispensa o uso dos GPS da vida e vai seguindo não pra onde se quer, mas pra onde a maré o quer levar.
Mas tem vezes como agora, que meus pés cansados de ficar na areia cismam em me levar de novo pra velejar.
Então lá vou eu, fazer o caminho inverso de Cabral, e descobrir novos e velhos mundos alem mar.
Espero, ao menos, nao estar nadando contra a maré...