16:49 Edit This 0 Comments »

... E se fosse verdade, se se aventurar nao machucasse, se ser feliz um dia bastasse pra seguir a vida sem olhar pra tras.
A vida vira arco iris conforme o dia se pinta pra gente: segue cinza em dias em que o nosso coração vive o inverno, meio branco quando os dias parecem mais parados que camera lenta e se mostra absurdamente coloridos quando a alegria se instala, como se tudo tivesse sempre sido amarelado.
Se pudesse escolher, a menina que vive em mim viveria num fim de tarde fresco e alaranjado, com a brisa dando aquele ondeado nos cabelos e o máximo que o sol deixaria os olhos enxergar seria o mar no horizonte e com alguns pássaros no céu.
Mas é hora de fazer as malas e ela nao tem muito o que levar, afinal sempre chegamos com mais do que temos ao ir embora.
Cada etapa de sua estrada deixa saudade,cada saudade uma vontade e a vontade a faz querer achar mais coisas pra quando for abrir as malas de novo ter muito o que deixar...

...

12:41 Edit This 0 Comments »
É chegada a hora de jogar fora as roupas velhas, ainda que elas
aparentem cair perfeitamente.
Chega o momento triste, não por ser doloroso mas por ser necessario, no qual não há outra soluçao a não ser jogar as roupas velhas fora, de jogar sentimentos fora e de jogar lembranças foras porque como toda roupa velha ocupa espaço e nao te possibiita gostar do novo.
Tudo tem seu tempo, sua estada, seu momento, postergar as vezes é fazer com que as coisas percam sua beleza.

Não que as coisas precisem ser efêmeras, mas são essas que nos dão o vigor necessário para continuar o caminho.
É da natureza das lembranças ficarem guardadas para aparecerem em nostalgicos momentos. Viver pede o hoje, implica na construção de coisas novas.
Deixar a roupa velha se amoldar no corpo, significa se acomodar, se estagnar, se privar de muitas coisas.
E se a gente teima em guardar escondido porque acha que um dia vai ser capaz
de usá-las de novo com o mesmo glamour, acaba ficando sem ter o que usar
quando aquela festa incrivel aparecer...
As coisas sempre aparecem quando e de onde menos se espera

Eu-barquinho

08:50 Edit This 2 Comments »


Já dizia o poeta: "navegar é preciso viver não é preciso".
Sendo assim constato agora a triste ou não realidade: meu barquinho navegando nos mares da vida faz navegação de cabotagem. Dia a dia, porto a porto, parando sempre.
Paro pra descansar, paro pra abastecer, e paro pra tentar descobrir o que fazer.
Nesse vai e vem das ondas, ora estou no topo com aquele "borboletar" no estomago que só as grandes ondas conseguem proporcionar, ora estou na ressaca da vida onde eu barquinho quero somente me refugiar.

Vivendo, nadando ou só observando, ou em busca do mar da saudade, do mar da alegria do meu mar de calmarias, onde possa descer e simplesmente aproveitar o dia ensolarado sem me preocupar em ancorar-me num cais.
Em matizes de azul coloro as nuances da vida. As vezes me pinto de azul escuro, por conta do tom turvo dos contornos que se apresentam, as vezes sou azul turquesa só pra combinar com o sol do dia.
Sou barco pequeno, desses que são ótimos pra duas pessoas mas se necessário carregam três e se o mar não estiver pra peixe, é espaçoso na medida para uma só.
Barco resistente, que em tempos de tecnologia, dispensa o uso dos GPS da vida e vai seguindo não pra onde se quer, mas pra onde a maré o quer levar.
Mas tem vezes como agora, que meus pés cansados de ficar na areia cismam em me levar de novo pra velejar.
Então lá vou eu, fazer o caminho inverso de Cabral, e descobrir novos e velhos mundos alem mar.
Espero, ao menos, nao estar nadando contra a maré...

Meu jardim de girassóis

11:34 Edit This 2 Comments »



São 13:45h, o sinal ainda nao fechou e a multidao corre em disparada. Olho para os lados vejo um rosto amigo, talvez que nem me conheça mais, que se infiltra no corredor humano que tenta chegar ao outro lado da avenida. Grito pelo nome mas a buzina dos carros ou o som dos pensamentos que lhe atormentam, tapa seus ouvidos e ele nao me escuta. Marionetes humanas se cruzam sem se olhar, manipuladas pelo tempo que nos suga o inesperado, o surpreendente.
O corre-corre do dia-a-dia, o vinco na testa franzida, o bom dia sem resposta...tudo isso nos encouraça com a cinzenta poeira do "desapego".
Nos mantemos inertes, congelados, impassíveis diante do simplório, do bonito, do tocável. Não nos damos a chance e nem contemplamos o outro com a oportunidade da troca, do toque.
Olhar nos olhos, lançar sorrisos, fazer confidencias, tudo isso nos torna vulneraveis, e é claro humanos que somos nao podemos nos dar ao luxo de "depender" dessas singelezas.
Conversando dia desses com um novo amigo sobre deixar de falar que algo foi bom, foi agradavel por temer parecer exagerado, lhe disse o seguinte: deixemos a discriçao e a ausencia de emoções para os europeus, a nós latinos foi deixado o legado dos pensamentos melodramaticos e das ações exageradas...
Mas nem sempre somos bem recebidos quando nos abrimos, quando nos mostramos transparentes. Diante dessa interrogação, o mais racional preferiria fechar-se numa bolha, ao passo que plantar um jardim de girassóis seria a opção dos sonhadores.
Não importa se as relações sao exageradas, comedidas, o que importa é que elas sejam intensas...
Olho novamente para o sinal, que pisca freneticamente me avisando que tenho poucos segundo para seguir rumo ao outro lado da avenida, resolvo dar meia volta indo na contramao da multidao para seguir outro caminho...respiro fundo, sigo adiante, afinal tenho ainda muitas sementes para plantar.